Inspirado na narrativa popular, com semelhanças ao enredo de Rei Lear, de Shakespeare, esta peça conta-nos a história de um rei bondoso, Leandro, duas filhas más, Amarílis e Hortênsia, uma filha boa, Violeta, e um bobo fiel.
Tudo está em paz no reino de Helíria até ao dia em que o Rei tem um sonho muito estranho, que o leva a crer que está na altura de abandonar o trono.
Como não tem filho varão decide entregar o reino à filha que mais o amar. Para isso, cada uma deve exprimir, por palavras, os seus sentimentos por ele. Violeta, a filha mais nova, não encontra outra comparação senão a de que quer ao pai tanto como a comida quer ao sal. O Rei não entende esta medida de amor. Furioso, expulsa a filha e entrega metade do reino a cada uma das outras filhas. Mais tarde, as filhas más acabam por expulsar o pai do reino de Helíria, que agora lhes pertence.
O rei caminha durante anos com o seu bobo fiel por terras desconhecidas. Já velho, cansado e cego, vai ter, sem o saber, ao reino de sua filha Violeta. Esta serve-lhe um manjar de comida sem sal. O rei acha a comida intragável e pensa ser uma conspiração para o envenenarem. Acaba por perceber que está no reino de Violeta e compreende, então, a falta que um bem tão essencial como o sal faz. Pede perdão a Violeta por não ter percebido que ela era a única filha honesta e que realmente o amava.
Fazem as pazes e reencontram-se pai e filha.