Trata-se de um texto dramático sobre a passagem das caravelas portuguesas pelo Cabo Tormentório e o encontro (lendário) com o gigante Adamastor, criado por Camões, em Os Lusíadas, procurando-se, também, retratar a vida a bordo das caravelas, durante os Descobrimentos.
O protagonista, Manuel, é um jovem portuense que está na Angra de S. Brás, próximo do cabo da Boa Esperança. A história é contada, em finais do primeiro quartel do século XVI, pelo físico e astrólogo Mestre João, personagem histórica, que regressa a Portugal, velho e doente, depois de muitos anos no Oriente, e que, à passagem do Cabo da Boa Esperança, recorda os acontecimentos de que aí fora testemunha muitos anos antes, recorrendo-se a várias retrospectivas.
A ação narrada por Mestre João, cirurgião de D. Manuel I, passa-se no mar, em 1501, no interior de uma nau da frota de Pedro Álvares Cabral, que o mesmo Mestre João acompanhara na sua viagem, primeiro, ao Brasil e, depois, pela rota de Vasco da Gama à Índia.
Regressando à Índia, a nau recolhera então na Angra de S. Brás, perto do Cabo da Boa Esperança, onde fazia aguada, um náufrago (Manuel) que contou uma história fantástica e terrível.
A história contada por Manuel é dada em sucessivos flashbacks.