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Curiosidades

A Farsa de Inês Pereira, representada pela primeira vez ao rei D. João III, no convento de Tomar em 1523, resulta de um desafio colocado pelos nobres ao genial autor que, fartos de serem ridicularizados nas peças do Mestre Gil, lançaram o boato que Gil Vicente não valia nada e que o que escrevia era plagiado de autores espanhóis. Gil Vicente, sugere-lhes então que lhe seja dado um tema, sobre o qual ele escreveria urna nova peça. O tema apresentado pelos nobres foi o ditado popular, bastante sugestivo: “Mais quero asno que me leve que cavalo que me derrube”.

Fonte: Instituto Camões

 

Por outro lado, na época de Gil Vicente também era costume lançar-se um mote e a partir do seu sentido, o poeta ou dramaturgo deveria desenvolver a sua criação literária.

O mote “mais quero asno que me leve, que cavalo que me derrube” é cumprido na farsa, pois o asno não é melhor do que o cavalo mas, torna-se preferível porque não oferece perigo.

Entre o asno e o cavalo oscilará Inês Pereira, a personagem central da farsa, jovem casadoira, mas exigente. Pêro Marques, filho de um camponês rico, mas inculto, que nem sequer sabe para que serve uma cadeira, será o asno que carregará Inês e o Escudeiro, o triunfo das aparências (aparenta bem estar social e boa educação), seria o cavalo que a derrubaria.

 

Crítica Social na Farsa de Inês Pereira

A Farsa de Inês Pereira possui, como tantas outras obras de Gil Vicente, uma componente marcada de crítica a tipos sociais. Destaque-se a jovem casadoira, figura que entre os séculos XVI e XXI terá apenas sofrido pequenas alterações, ao nível da cosmética. Assim também sucede com o príncipe encantado (o Escudeiro), com a Mãe, com Pêro Marques, enfim, toda a galeria de personagens, que correspondem a tipologias sociais com equivalentes na atualidade. O tom de farsa serve perfeitamente os objetivos imanentes à crítica. O riso é uma forma de criticar e de caricaturar costumes. Daí decorre um outro vetor a sublinhar nesta peça: o cómico de situação, um proporcionador do riso com o qual se castigam os costumes. Assim, por exemplo, a incompreensão entre mãe e filha tipifica o conflito de gerações, tão velho como a história da humanidade. Atente-se ainda na crítica à irreflexão da juventude que assume decisões vitais, por vezes, de modo fundamentalista. Não esqueçamos, finalmente, a crítica social aos três casamenteiros Leonor, Latão e Vidal, bem humorada, mas impiedosa quanto à análise do motivo que fundamenta a sua atividade: o vil metal.

A Farsa de Inês Pereira é considerada a peça mais divertida, complexa e humanista de Gil Vicente. O aspeto humanista da obra pode ser entrevisto no fato de que a protagonista trai o marido e não recebe por isso nenhuma punição ou censura, diferentemente de personagens de O Auto da Barca do Inferno, por exemplo, que são castigadas por fatos moralmente parecidos.

Fonte: www.academia.edu

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